A vida de Paulo de Tarso, por mais laboriosa e significativa na comunidade judaica, ganhou, para o mundo cristão, uma nova conotação através de um selo valoroso: o encontro com Jesus.
Paulo começa o seu processo de libertação, justamente quando tocado pela magnitude da presença do Cristo. Reconhece o verdadeiro papel que lhe cabia desenvolver naquela vida.
Através de Jesus, Paulo descobre o Deus Pai e Amigo. Jesus dissipa nuvens obscuras que obstam nossa aproximação com Deus, encoraja-nos para a confiança e a fé.
Paulo descobre em Jesus a vitória do bem contra o mal. Apesar das iniquidades sofridas, Jesus não alterou o seu amor a Deus, aos homens. Nem mesmo àqueles diretamente responsáveis pelo sofrimento da cruz. A sua mensagem vitoriosa é justamente a vitória do Amor, inserido no Reino de Deus.
Decisão
Paulo percebe a decisão do momento, na estrada de Damasco. Quando pergunta: “Senhor que queres que eu faça?” está demonstrando a gravidade deste momento que o homem tem para decidir: ou continua na luta ostensiva contra si mesmo e o próximo, ou freia a sua violência, recompõe-se moralmente, e dá um novo sentido à sua vida.
Compreendendo o caráter universal da Boa Nova, Paulo quis estendê-la a todos, judeus ou gentios. Conhecia a miséria do homem, qualquer que fosse sua nacionalidade. Não há hierarquias do mundo para o Cristo, somente a “nova criatura“. Exortava ao mundo para que, com Cristo, morresse para o pecado (que atenta contra nossa própria consciência), e que revivesse com Jesus para Deus. Exortava a que o homem utilizasse o novo estado de conhecimento – do Evangelho – e se entregasse ao serviço de Deus.
Homem Novo
Paulo tinha a certeza de que o Cristianismo plenamente vivenciado pelo homem era capaz de transformá-lo em um homem novo, para o qual se abria um novo tempo. Nesse novo tempo, Paulo incluía a emancipação do espírito, para o qual se abria novas possibilidades espirituais além das limitações do corpo físico: a imortalidade. A ressurreição de Jesus avalizou a idéia da imortalidade. A vida não termina com a morte do corpo.
Todo pensamento de Paulo é calcado na emancipação do espírito, para a qual a conduta moral é estreita ponte de ligação. Hoje a doutrina espírita nos explica que o espírito entra na vida imortal, portando a conduta da vida terrena, boa ou má, irá refletir na vida espiritual.
Nas suas cartas, Paulo escreveu: “O fruto do espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Capítulo 5, versículos 22-23).
Ora, as obras da carne são conhecidas: “adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúme, iras, discórdias, facções, invejas, glutonarias e coisas semelhantes…” (Capítulo 5, versículos 19, 20 e 21).
Ir além
Paulo popularizou o Evangelho de Jesus levando a comunidade dos homens a verificarem que não bastava copiar Jesus, era preciso “viver em Jesus”, interiormente, buscando continuadamente as nossas potencialidades divinas, combatendo trevas que frustam nossa participação no bem.
Paulo O coloca no seio da humanidade, não distante, não alheio, mas vivendo junto com o homem. No desenrolar dos séculos com as novas feições criadas pelo homem para o Cristianismo, a mensagem original de Jesus foi ficando distante.
Quando os Espíritos Organizadores do Espiritismo o apresenta como o Cristianismo Redivivo quer, justamente, trazer a pureza inicial defendida por Paulo e tantos outros. Querem que o código evangélico seja uma conduta natural de vida, querem, como Paulo, “vivificar” o Espírito de Jesus trazendo-O para mais perto, introduzindo-O no homem como Guia e Modelo.
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* Colaborou para esta publicação: Maria Thereza Carreço de Oliveira. ** Imagem em destaque via DALL-E 2025.
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