Considerações sobre Desenvolvimento Moral
As conquistas científicas e tecnológicas fazem-se rápidas e delas tomamos conhecimento de imediato, dada a facilidade de comunicação. As conquistas morais, porém, são lentas, é um trabalho quase feito de porta em porta, esperando-se que o indivíduo desperte para algum chamamento.
As conquistas da ciência vão influir diretamente no desenvolvimento da humanidade, nas suas características econômicas, políticas, sociológicas. É certo, porém, que o aspecto moral não é devidamente fundamentado como uma característica do desenvolvimento. Valor muito subjetivo, prefere- se deixá-lo de lado, dando-se ênfase aos aspectos mais atraentes capazes de sujeitar os indivíduos às suas exigências.
Os espíritas sabem, porém, da importância do progresso moral e devem estar sempre alertas para o imenso trabalho de despertar o homem para tanto.
Desenvolvimento moral significa respeitar direitos humanos, significa maior disseminação da lei de justiça, amor e caridade. O que permite, à cada indivíduo, a possibilidade de usar todos aqueles benefícios oferecidos pela ciência e pela tecnologia a favor da fraternidade, igualdade e liberdade.
O desenvolvimento moral implica participação, que é um dos elementos a impulsionar toda atividade humana. Essa participação sabe dar um sentido e valor às coisas que fazemos, sem nos arraigarmos a idéia de que somente a utilização dos bens materiais é que fazem os homens felizes.
É tempo de nos interessarmos pelo progresso moral no tocante a um melhor posicionamento no planeta onde vivemos. E este processo implica numa educação integral. A fraternidade, o respeito entre os povos, o trabalho no bem e as verdades espirituais precisam estar presentes no desenvolvimento moral que só vigorará mediante o processo educativo citado e o esforço individual. Trata-se de uma conquista que nos direciona à meta maior: a evolução espiritual. O respeito às leis naturais também está incluso haja visto que o domínio que o homem pode ter sobre o mundo natural, conferido pelo Criador, não lhe dá o direito de destruição, hoje tão comum.
As regras morais deveriam tramitar por um processo natural em que cada um contribuísse com sua boa vontade em melhorar os sistemas sociais e os níveis de convivência entre os homens. A genuína elevação dos homens não pode ser obtida por explorações vis, ambições mesquinhas, egoísmo e orgulho. É preciso caminhar além dessa transitoriedade para obter-se tesouros mais fundamentados e menos perecíveis.
Olhar Interior e Convívio Social
Nas comunidades reais: família, empresa, escola, bairro, cooperativa, sindicato, associação, partido, clube, etc., o homem vive e aprende a se desenvolver. Hoje sabemos que esse viver não é uma mera realização material.
A necessidade do desenvolvimento convida-o à reflexão e a perceber o sentido maior da vida e que as grandes realizações não são circunscritas ao campo das conquistas dos sentidos materiais. Vai muito mais além. O homem precisa espiritualizar-se para abraçar a sua grande família universal, que não está somente neste pequeno globo, tão pequeno, frente à imensidão do universo.
Jesus, no Seu Evangelho aborda muitos pontos nos quais podemos nos enquadrar com a problemática existencial, seja ela mais voltada a nós mesmos, seja voltada ao social.
Extrapola o indivíduo e alcança a sociedade quando ensina o mandamento maior que, além de amar a Deus, inclui o amor ao próximo como a si mesmo. E vai mais longe, ensina-nos que fora de ações caritativas no bem não pode haver busca de salvação para o Reino Divino.
O Evangelho apresenta sempre uma conotação individual e uma social. Nos cabe juntar para que através do processo sobre o qual discorremos, possamos, de fato, nos transformarmos em homens de bem, assim como toda a humanidade, fazendo também que o orbe alcance um nível evolutivo melhor.
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*Colaborou para esta edição: Maria Thereza Carreço de Oliveira .
**Imagem em destaque via DALL.E do ChatGPT.