Todas as semanas a AEFC promove o culto do Evangelho no Lar às 20h pelo Instagram da casa. No dia 24 de julho de 2022, com a participação de Julia Fertig e Susana Rodrigues, o tema foi A Piedade, que consta no item 17 do capítulo XIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Assim Jesus nos ensinou: “Não basta apenas não fazer o mal, é preciso fazer o bem”. Vamos, então, pesquisar a nós mesmos em relação aos nossos sentimentos, o que sentimos quando estamos diante do sofrimento de nossos irmãos aqui na Terra. Sem a piedade não conseguiremos ser benevolentes, indulgentes, nem perdoar.
Significado de piedade
A palavra piedade quer dizer compaixão, amparo, benevolência. A origem da palavra piedade vem do latim pietas (que significa devoto ou zeloso).
Para os romanos, a piedade era uma virtude muito importante, um dever, devoção. O homem piedoso era o que cumpria os seus deveres para com os deuses, com a família, a pátria, a sociedade (deuses e dever). Então, o indivíduo que cumprisse suas obrigações, mais ligado à letra do que ao espírito, era considerado piedoso.
A palavra piedade foi adquirindo, aos poucos, o caráter de compaixão, misericórdia, do sentir-se tocado pelas dores do outro.
Depois de passado todo esse tempo, desde o Império Romano e com a passagem de Jesus na terra e suas lições de amor, sabemos que piedade, realmente, significa compaixão.
A piedade com Jesus
Com Jesus, essa virtude atingiu o ápice. Ele foi o exemplo da piedade, do amor ao próximo, do entendimento da dor do outro, do amparo ao próximo.
O apóstolo Paulo, que foi um exemplo de transformação, que passou da obrigação para a prática do amor, na 1ª epístola a Timóteo, cap. 3, escreveu:
E sem dúvida, grande é o mistério da piedade: aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido do mundo e recebido acima, na glória.
Analisemos então:
A piedade ainda é desconhecida para nós e, lentamente, nela vamos penetrando aos poucos, porque, imperfeitos que somos, estamos aprendendo a amar. Estamos dando os primeiros passos e, aos poucos, quanto mais nos aproximamos de Jesus, mais nos emocionamos diante de sua grandeza. Na realidade, estamos começando a conhecer Jesus, a entender a amplitude desse amor, porque para ser amigo de Jesus é preciso amar.
Jesus, espírito puro, veio ter conosco. Se manifestou em carne.
Emmanuel, no livro Pão Nosso, fala o quanto Jesus desceu para poder nos elevar. E, como diz Emmanuel, desceu sem perder altura. Ainda não podemos ter a exata noção do significado da vinda de Jesus para ter conosco.
Então, como Paulo falou na epístola, sobre o mistério da piedade, ainda não a compreendemos realmente porque nem compreendemos o gesto de Jesus ao ter conosco. Quanto amor, bondade, caridade e piedade! A doação total, a abnegação, a entrega, o sentir a dor do outro, ainda é um mistério para nós.
Se pudéssemos meditar nas ações e palavras de Jesus a cada aflito… E, ainda, nas palavras de Jesus para aqueles que, inicialmente, o abandonaram, como alguns apóstolos que, no princípio, não puderam se manter fiéis. Palavras que devem servir de inspiração.
Jesus demonstrou os valores do espírito, o sentimento e não a riqueza material ou poder.
Sua vinda foi um divisor de águas, antes e depois Dele.
Por isso, os anjos cantaram a Jesus, representante de Deus, pela sua estada entre nós e pela dedicação e amor infindáveis.
De acordo com o Evangelho Segundo o Espiritismo: “a piedade é a virtude que mais vos aproxima dos anjos”. É o sentimento que nos comove diante do sofrimento de nossos irmãos, dominando, assim, nosso orgulho e egoísmo.
A caridade nasce com o sentimento da piedade, que está aliada a uma sensação de compromisso e respeito com o outro, sem impor condições como o bom samaritano da parábola (Lc 10, 30-37).
Todo ser humano tem o desejo de ser feliz e superar o sofrimento e o reconhecimento dessa igualdade nos leva ao sentimento da piedade, independente de encararmos o outro como amigo ou inimigo.
Convite à piedade
Auxiliemos nossos irmãos oferecendo força, segurança, afeto, apoio, coragem, resignação e irrestrita confiança em Deus.
O livro Mais Perto, por Emmanuel, na psicografia de Francisco Candido Xavier, diz que “a piedade é a água da vida”, ou seja:
Assim como a água, preciosa e necessária ao progresso e a segurança do mundo, é também a piedade, no campo espiritual de nossas relações uns com os outros.
— Emmanuel, no livro Mais Perto, capítulo 25.
Nossas lágrimas de compaixão são a demonstração de nossa compreensão do amor do Cristo. E assim, vendo o outro, seguimos em nossa estrada de autoconhecimento e progresso.
Acompanhe agora a íntegra do culto do Evangelho no Lar que inspirou esta publicação:
LINK DE ACESSO: https://www.instagram.com/tv/Cgae4rKlwwB/?igshid=YmMyMTA2M2Y=
REFERÊNCIAS:
– Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIII – ítem 17 e Cap. XV – item 1.
– 1ª Epístola a Timóteo. Cap. 3. Pelo apóstolo Paulo.
– XAVIER, Chico. Livro Mais Perto. Cap. 25. Por Emmanuel.
– XAVIER, Chico. Livro Pão Nosso. Cap. 62. Por Emmanuel.
*Colaborou para esta publicação: Susana Rodrigues.
** Imagem em destaque: Pexels.com