Conhecemos a máxima “fora da caridade não há salvação”, a lição que encerra “os destinos dos homens, na Terra e no céu,” como nos ensina o apóstolo Paulo em sua mensagem presente no capítulo 15 de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Mas como entendemos hoje a caridade? Como lidamos com essa questão nas nossas vidas?
Para tratar desse tema em palestra aos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, o expositor Luiz Fernando Vaz abordou com especial atenção o capítulo 20 da obra de Neio Lúcio entitulada Jesus no Lar, psicografada por Chico Xavier.
O capítulo fala que Jesus estava na casa de Pedro junto com os discípulos e conversavam sobre a caridade. Naquela época existia o pensamento de que a caridade só poderia ser feita através de bens materiais. Hoje sabemos que tais doações são úteis e bem vistas aos olhos de Deus, mas que esta não é a única forma de exercer a caridade. Afinal, a caridade é um atributo espiritual, é muito mais que um pedaço de pão, teto ou roupas. Há muitas pessoas que dispõem destes bens, mas são carentes de outras necessidades.
Doar de sua essência
Todos nós viemos a este mundo com uma missão. No capítulo, Jesus nos encoraja a praticar algum tipo de caridade, para não doarmos apenas o que nos sobra mas o que é a nossa essência: seja ela amor, auxílio ou alegria.
E qual é a sua essência? O que você tem de bom que pode ser doado? Ou será que utilizamos a percepção distorcida de caridade para não agirmos?
As coisas boas que temos são grandes tesouros que não devemos guardar somente para nós. Saibamos distribuir estes tesouros.
Dar e receber
Muitas vezes nos deparamos reclamando de situações ou temos pensamentos negativos. Mas esquecemos que nós mesmos nos colocamos nesses lugares, que é neles que reconheceremos nossos dons.
E como ser caridoso se ao nosso redor existem seres “incompletos”? É importante entender que a vida é cíclica, dividida em duas partes, o dar e o receber.
Utilizando a analogia da respiração, ao inspirar enchemos nossos pulmões de ar, fundamental para manter o bom funcionamento de todo nosso corpo. Ao expirar, liberamos este ar, pois não podemos ficar com todo o ar somente para nós.
Por isso é que somos colocados em situações onde existem seres mais evoluídos, para os quais seremos ferramentas para que possam exercer a sua caridade material, emocional e psicológica.
Da mesma forma, existem seres menos evoluídos que nós, perante os quais devemos exercer este dom divino que é a caridade. Devemos ser um canal de receber e distribuir.
Talvez as pessoas não notem de imediato o bem que você faz, talvez nem notem nesta existência, mas o importante é sua atitude. Você distribuiu. Se o outro soube receber ou não, não importa. Você fez a sua parte.
Quando entendemos o quanto é bom ser caridoso, criamos uma corrente ascendente que jamais para.
Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:
*Colaborou para esta publicação: Débora Hemkemeier.
**Imagem em destaque: Eren Li via Pexels.com.