Em diversas passagens do evangelho temos exemplos de como nosso Mestre Jesus e seus discípulos nos mostravam o caminho, por vezes com tom de alerta: não somos desse mundo. Estamos aqui por um momento apenas.
Não são do mundo, como eu do mundo não sou. — João 17:16.
E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. — João 8:23.
Não se amoldem às estruturas deste mundo, mas transformem-se pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que é agradável a ele, o que é perfeito. — Carta aos Romanos, 12:1,2.
Nos dias atuais, recebemos inúmeros estímulos para termos o máximo de posses. Ter a melhor aparência. O hedonismo está em voga. Porém, muitas vezes esquecemos o quão efêmera e volátil é nossa passagem pelo plano terreno. E que o que é nos dado com facilidade trata-se de empréstimo Divino, e pode ser retirado também.
Somos espíritos em constante evolução. Como descrito na questão 799 do Livro dos Espíritos, a doutrina “pode contribuir para o progresso destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade (…)”. Nossa passagem pelo mundo terreno deve ser de constante vigilância quanto a excessos e apegos.
Ora, então se não devemos nos apegar ao que é material, ao que é terreno, por que passar pela vida na matéria? Segundo a questão 132 do Livro dos Espíritos:
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Mas é necessário entender que não precisamos nos despir de todas as bonanças que a matéria nos proporciona.
Segundo Édo Mariani, no jornal O Espírita Fluminense:
Todos necessitamos almejar uma vida melhor, usufruindo os bens que a Terra nos oferece. Mas para isso exige-se discernimento, sabedoria. Quem opta por degradantes deslizes, certamente colherá consequências que nos serão cobradas na volta para o mundo espiritual, nossa verdadeira morada e, ainda, em novas reencarnações aqui ou em outros mundos para onde seremos levados pela Lei de Afinidade.
Em outra passagem do Evangelho Segundo o Espiritismo, no item 6 do capítulo 2, “Meu Reino não é deste mundo”, Allan Kardec discorre sobre as instruções dos espíritos em relação à busca do equilíbrio na vida material:
Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se desespera.
Portanto, caros amigos, estejamos sempre em busca da evolução, do aprendizado. Conforme nos ensina Joanna de Ângelis na obra Espírito e Vida:
Viver no mundo entre as contingências do mundo, mas pensar nas coisas do Alto, e agir consoante os impositivos da Vida Imperecível.
Acompanhe a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:
Referências:
1. O Evangelho segundo o Espiritismo; 36a edição, 2002.
2. O Livro dos Espíritos, 8a edição, 2019.
3. Divaldo Franco, para a Revista “Presença Espírita”, publicado em março/2010. Fonte: http://www.divaldofranco.com.br/noticias.php?not=171
4. Édo Mariani, Jornal “O Espírita Fluminense”, Instituto Espírita Bezerra de Menezes, Janeiro/2010.
5. Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Angelis: “Espírito e Vida”, Capítulo 24.
* Colaborou para esta publicação: Ana Carolina Rodrigues.
** Imagem de capa: Maria Orlova do Pexels.