Sociedade desconectada
Estamos vivendo um momento delicado no planeta, uma transição, inevitável para alcançarmos novos níveis evolutivos.
A nossa civilização, embora o grande progresso material alcançado, sofre transtornos morais, mostrando o quanto ainda estamos comprometidos com o processo de espiritualização.
Alguns sintomas mostram que nossas culturas tem falhas nas suas bases. Cremos que a maior delas ainda é o afastamento de Deus, Pai Criador e Nosso Pai. Carecemos sentí-Lo e às Suas Manifestações que se fazem presentes através das Leis Naturais.
As nossas culturas muito mecanicistas não evidenciam a necessidade do homem conhecer a si próprio e procurar conviver com o próximo. Muito menos, conhecer e entender o mundo mental e espiritual que nos rodeia, com o qual fazemos trocas energéticas.
Consciência da nossa essência
Não aprendemos ainda a conhecer nossa essência, nossa vida interior, e assim ignoramos as potencialidades de que dispomos.
Claro que muitas criaturas já despertaram nesse processo de conscientização. Contudo, muitas ainda perambulam pelo mundo, cumprindo apenas necessidades e obrigações.
Essas pessoas ainda não se fixaram numa construção de natureza superior e sofrem, confusas, espalhando também o resultado de suas inércias.
Precisamos despertar para iluminar
O conhecimento de si próprio, além dos fatores morais/espirituais é o gerador que movimentará o homem para conhecer a sua realidade como espírito imortal.
Haverá o dia do despertar de cada um. O que vai chamá-lo a reconhecer a verdade de sua existência, a bem utilizar seu livre arbítrio; resgatando faltas, aprimorando qualidades e reconstruindo sua vida. Para potencializar luz, refletir bem-estar e auxiliar nortear os demais.
Educação, base do processo evolutivo
Esse crescimento será possível à medida que adotarmos um novo critério educativo, espiritual e humano, capaz de enfatizar aquilo que realmente importa. Esse processo de educação, a ser trabalhado por todos, visa resgatar as reservas espirituais da humanidade.
Precisamos enfatizar valores compatíveis com o Ser Criador, valores de nobreza de espírito, como dignidade, respeito mútuo e fraternidade.
Esses tesouros estão guardados em cada ser. Ao chamamento de uma educação sadia, eles vem à tona.
Entretanto, é preciso baseá-la no conhecimento de Deus. Bem como, na informação de que o homem é um ser espiritual em processo evolutivo, vivendo uma de muitas jornadas, seja na Terra ou em outros planetas.
Decisão para educar-se
O momento é de decisão, não se pode mais postergar o caminho evolutivo. É urgente a mudança de conceitos e paradigmas nocivos para a alma!
Também é momento é de renovar os centros de energias, reordenar a estrutura psiquica-espiritual e estudarmos o legado de Jesus e instrutores espirituais. Para descobrirmos onde paramos e de onde podemos retomar o processo do conhecimento que nos conduzirá à sabedoria e amor.
Vale lembrar que na Codificação da Doutrina Espírita os Espíritos sempre ressaltaram o processo de educação moral, e não apenas da instrução intelectual.
Sintonia com a morada
Aqueles espíritos que conseguirem acompanhar o processo evolutivo do planeta, viverão em um mundo melhor, que ajudaram a criar. Em alguns casos, de maior devotamento e abnegação no trabalho no bem, podem até serem convidados a viver em planetas mais evoluídos.
Haverá aqueles que não conseguirão, no mesmo tempo. Esses serão convidados a habitarem outros planos, recomeçando outra construção. Deus não deixará ninguém em desamparo, mas também não derrogará Suas Leis, em favor dos caprichos humanos.
Responsabilidade e doutrina espírita
Cada um terá que buscar o grande objetivo de sua vida que é o processo evolutivo. Nessa busca identificará os âmbitos do bem e do mal, amadurecerá e fará suas escolhas.
Se o direito de pensar é característico do ser inteligente, também é seu dever assumir as consequências de seus atos.
A doutrina espírita vem nos repassando uma possibilidade diferente de pensarmos e sentirmos o mundo, dando-nos subsídios para novos entendimentos e reflexões.
Seu objetivo não é “salvar” ninguém, mas mostrar novas rotas para o desenvolvimento moral. Seu pensamento é lógico, implicando direção definida. Nada de milagroso nem fantasmagórico.
Mostra-nos com clareza que há relações muito estreitas entre mundo físico e mundo espiritual, convidando-nos a refletir:
- quem somos, de onde viemos, para onde vamos?
Para isso, faz-se necessário o estudo para adquirir conhecimentos e também processar o estudo de si mesmo.
Escolher evoluir
O momento é claro, ou nos voltamos para o processo educativo, é essa a proposta da doutrina espírita, e redirecionamos os valores do bem. Ou ainda demoraremos a alcançar níveis de vida mais elevados e nos sujeitaremos a muitas dores e sofrimentos.
A vestimenta interna, limpa de defeitos e remendos, deve ser o interesse daquele que quer vestir-se de novos objetivos. Se nos preocupamos em estarmos com bom aspecto aos olhos do mundo, que dizer, então, da vestimenta interior com a qual apresentamos realmente quem somos?
A transição implica em convite para mudanças. Os mecanismos de progresso vão sendo absorvidos pelo espírito aos poucos. O qual se abre ao processo, à medida que se reaproxima de Deus e aprende a interpretar a Sua Vontade, que não é arbitrária mas firmada em Leis.
Com sensatez, iremos trabalhando para crescermos praticando Essas Leis com sabedoria e não infringindo-as.
Educa-te
…o Espírito traz consigo o “gene” da Divindade.
Deus está em nós, quanto estamos em Deus.
Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.
[…]
Interpretemos a dor e o trabalho por artistas celestes de nosso acrisolamento.
Educa e transformarás a irracionalidade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.
Educa e edificarás o paraíso na Terra.
Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lO.
— Emmanuel, pisicografia de Chico Xavier, no livro Fonte Viva, cap. Educa.
Para complementar a leitura, assita a palestra a seguir:
*Colaborou para esta publicação: Maria Thereza Carreço de Oliveira.
**Imagem em destaque: pexels.com