Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (Mateus, 11:28 a 30.)
Em palestra ocorrida em 8 de junho de 2021 nos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, a expositora Mara Rúbia trata sobre o Cristo Consolador, capítulo 6 do Evangelho Segundo o Espiritismo. Nele aprendemos sobre o jugo de Deus que nos alivia.
Jesus nos convida a procurá-lo, que ele nos aliviará. Não significa que irá nos curar imediatamente, nem nos livrar de toda e qualquer circunstância, mas irá nos aliviar dos momentos difíceis e provações.
Como Cristo Consolador nos alivia das provações?
Jesus nos alivia ao nos oferecer o seu jugo, o seu fardo. Podemos nos perguntar:
Qual é o jugo, o fardo de Jesus e por que é mais leve?
Muitas vezes nós carregamos um peso enorme, enquanto o jugo das leis divinas é a lei de Amor. Nos é oferecida a brandura para aliviar nossos corações. E nós encontramos nos ensinamentos de Jesus o remédio para qualquer sofrimento.
Quando passamos a seguir o caminho das leis de Deus, nossas almas repousam, pois basta seguir este caminho que alcançaremos os resultados da vontade de Deus. Então, ao aceitar o fardo leve, precisamos nos livrar daquilo que nos desgasta: orgulho, vaidade e egoísmo.
Na primeira revelação, na época de Moisés, estávamos muito ligados aos instintos, que precisávamos para sanar nossas necessidades.
Na segunda revelação, de Jesus, ainda não estávamos tão desenvolvidos tecnologicamente, porém estávamos moralmente avançados o suficiente para receber esta boa nova. Há dois mil anos já não éramos tão dependentes dos instintos para nossa sobrevivência.
Então Jesus nos convida a não nos preocuparmos tanto com o que comer, o que vestir e onde morar. Jesus nos convida a aceitar as leis divinas. Nos momentos de dor e sofrimento, considerando que Deus é paz e amor e que o amor rege o universo, a solução dos problemas está na fé verdadeira de sua justiça e bondade soberana; está na prática desse amor onde quer que estivermos, a quem quer que seja, a todo momento de nossa existência. Resume-se à frase “amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
Lei de Justiça e Misericórdia
Para complementar o assunto do Cristo Consolador, a palestrante traz o capítulo “Convite ao Estudo”, do livro “À luz do consolador”, da médium Yvonne Pereira. Este capítulo inicia citando o último item do capítulo “O Cristo Consolador”, do Evangelho Segundo o Espiritismo.
No relato, uma simpatizante do Espiritismo conta que, para tratar a mãe doente, recorreu ao Espiritismo e que sua mãe melhorou depois disso, não necessitando mais de cadeira de rodas, apenas de muletas. Mas a senhora não ficou totalmente curada. Esta mulher diz que conhece outras pessoas que foram curadas totalmente, e que Jesus prometeu curar a todos os que recorressem a ele e pergunta: “há no Céu pessoas mais preferidas que outras?”.
Na resposta, é dito que o mundo espiritual é dirigido pela lei de justiça e misericórdia. Que se em um ano de terapia espiritual a cura não foi completa, é porque a cura completa depende dela mesma, progredindo moralmente e espiritualmente, pois trata-se de uma provação para expurgar o que possa ter sido feito em existências anteriores ou na existência atual.
Sobre a tal promessa de Jesus de curar a todos, é respondido que Jesus apenas prometeu aliviar as dores. A cura depende de cada um de nós. O prometido alívio foi dado, visto que antes a mãe estava em cadeira de rodas e passou a conseguir andar com muletas.
A palestrante conclui então que o fardo do Senhor é cumprir os deveres exigidos pela Doutrina: conhecer e praticar o Amor e a Caridade. Assim, encontraremos repouso para nossas almas, a paz, e cessará o sofrimento.
Quando estivermos em dúvidas, oremos sinceramente que Jesus nos aliviará.
Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:
Referências:
- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro, 131ª edição, 2013.
- PEREIRA, Yvonne A. À luz do consolador. Rio de Janeiro: FEB, 1997.
* Colaborou para esta publicação: Diego Tondo Souza.
** Imagem em destaque: Johannes Plenio via Pexels.