Jesus e Decisão

A mensagem que Jesus nos traz é de escolher um caminho, o que significa abrir mão de algo. Quantas vezes declinamos o convite de Jesus em nossas vidas?

Em palestra transmitida pelos canais digitais da Associação Espirita Fé e Caridade, a expositora Carla Ribeiro traz a reflexão sobre o décimo primeiro capítulo da obra Jesus e Atualidade, pelo Espírito Joanna de Angelis na psicografia de Divaldo Pereira Franco. 

Nesse capítulo, Joanna apresenta um convite de Cristo, um convite à decisão, como vemos no evangelho: 

Nenhum servo pode servir a dois senhores. 
— Lucas 16:13.

A expositora inicia trazendo do capítulo a história de um jovem que é convidado por Jesus a segui-lo. Vejamos:

“A um jovem que parecia disposto a ingressar na Nova Era, candidatando-se a segui-Lo, Jesus propôs o convite direto, sem preâmbulos.
Apesar do interesse que se refletia na face ansiosa, o moço, receoso, esquivou-se sob a justificativa de que iria antes sepultar o genitor que havia morrido.
Diante da resposta que parecia justa, o Mestre foi, no entanto, contundente, informando-o: “Deixa aos mortos o cuidado de sepultar os seus mortos; mas tu, vem construir no coração o Reino de Deus.”
Pode causar estranheza a atitude e proposta de Jesus a um filho que pretendia cumprir com o seu dever imediato: no caso, enterrar o pai desencarnado.
É provável que esse fosse o seu intento real, adiando o engajamento na tarefa da vida eterna. Todavia, é possível que o moço ocultasse alguma outra intenção.
— Joanna de Angelis em Jesus e Atualidade, capítulo 11.

Perda de entes queridos

A primeira questão trazida pela expositora diz respeito à estranha moral: por que Jesus indicaria ao jovem que não sepultasse seu pai? É um claro ensinamento a todos nós sobre a nossa real natureza. Somos Espíritos, nossa vida verdadeira é a espiritual. Nosso apego à matéria é o que está em questão.

O segundo aspecto que a palestrante ressalta diz respeito ao corpo ser tão somente uma veste grosseira que reveste o espírito. Quando alguém morre o que está ali é a vestimenta, não a pessoa. O respeito que prestamos ao morto não é à matéria, mas ao Espírito, que já não está mais presente ou ao menos não mais ligado àquele corpo material.

“Dentro dessa lógica, o rapaz não precisaria enterrar o pai para honrá-lo. Podemos honrar as pessoas que a gente perde sem necessariamente estar lá para enterrá-las,” esclarece Carla Ribeiro. A palestrante deixa claro que esse é um ritual ainda importante. Mas estamos aqui de passagem e é preciso que tenhamos essa consciência. 

A palestrante revive a lembrança de quanto é impactante a perda de um ente querido. comparando-a a um terremoto emocional. Mas frisa que a memória do desencarnado será sempre presença viva, que permanecerá conosco.

Escolhendo o caminho de Jesus

“Mas Jesus nos guia. Ele nos lê, podemos pensar assim,” reflete Carla. “Vem construir no coração o Reino de Deus, esse é o convite.” A mensagem que Jesus nos traz é de escolher um caminho, o que significa abrir mão de algo. 

Na passagem evangélica, o jovem declina o convite. Ele vai enterrar o pai. E a palestrante nos questiona: “quantas vezes declinamos o convite de Jesus em nossas vidas? Num trabalho voluntário, no compromisso com o próximo, no compromisso do estudo, da leitura, do tempo? Quantas vezes a gente não declina?”, pergunta Carla.

O desejo de estar presente ao velório e à inumação do cadáver tal significasse a preocupação de ser visto como um filho cuidadoso e fiel, merecedor da herança que lhe cabia.
Alguma disposição testamentária, provavelmente, exigia-o cumprimento desse dever final, sob pena de perder o legado. Então, a sua presença não significaria um ato de amor, mas um ato de interesse subalterno.
Os bens materiais, não obstante possuam utilidade, favorecendo o conforto, o progresso, a paz entre os homens quando bem distribuídos, são, às vezes, de outra forma, algemas cruéis que aprisionam as criaturas, e que, transitando de mãos, são coisas mortas, que não merecem preferência ante as verdades eternas.
— Joanna de Angelis em Jesus e Atualidade, capítulo 11.

Qual o papel dos bens materiais na nossa vida, no nosso cotidiano? Bem empregados, os bens materiais têm utilidade, favorecem o progresso e a paz. Mas transitam rapidamente de uma mão para a outra, e constituem assim uma prova para o Espírito. Podem dar uma ilusão de poder e aprisionar. 

Conforme vemos em O Livro dos Espíritos:

O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro.
— O Livro dos Espíritos, questão 895.

O convite de Jesus nos leva, portanto, a uma decisão. Tomar decisões pode causar medo, de assumir o desconhecido, o que por sua vez demanda autoconhecimento. Necessitamos portanto de Reforma íntima, mecanismo complexo que impulsiona nossa evolução.

Ao optarmos pela reforma íntima concordamos com o agir de Jesus em nossa vida. Desta forma, evidenciamos que o que trará mais felicidade para nós: o acúmulo de tesouros ou o dia a dia repleto de pequenas ações que nos torna melhores e mais próximos a Ele?

O que você responderia a Jesus? 

O momento é este.
Deixa-te permear pela presença d’Ele e, feliz, segue-o.
Com tal atitude os teus problemas mudarão de aparência, perderão o significado afligente, contribuirão para a tua felicidade.
Renascerás dos escombros e voarás no rumo da Grande Luz, superando a noite que te aturde.
— — Joanna de Angelis em Jesus e Atualidade, capítulo 11.

A decisão está perante nós, sempre!

A série Jesus e Atualidade foi abordada em outras publicações de nosso blog, que podem ser acessadas nos seguintes links:

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Magda do Carmo Gonçalves.
** Imagem em destaque: via Pexels.com

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