Criações maiores

Quem cria em conjunto com o Plano Superior é o espírito imortal que se eleva, justamente, nas asas da sabedoria e do amor.

Há notícias de que alguns gênios da música se reportaram à inspiração recebida nas suas composições. Era como se uma voz lhes ditassem o repertório, que era captado com facilidade. O mesmo se deu e ainda se dá com poetas e escritores.

Acreditar que o cérebro humano é o criador e o transmissor mecânico deste processo, é estar longe da realidade. Por mais compreensão que tenhamos de seu funcionamento, há a essência maior da vida inerente ao espírito que comanda o corpo humano.

A nossa imaginação está ligada à Mente Criadora e, como co-criadores do processo Divino somos capazes de organizar e transmitir ideias brilhantes, elevadas, capazes de colocar o espírito num patamar de nobreza, muito longe dos comezinhos da violência e das injúrias que nos acometem.

Inspirações divinas

Pairando na atmosfera espiritual há inúmeras obras de artes à disposição das mentes sensíveis. Não que isso iniba a capacidade criativa dos gênios, pelo contrário. Essas ideias aguçam a sua criatividade e eles se esforçam por trazê-las ao nosso nível de compreensão. Sensíveis, mais do que a maioria das pessoas, captam nos momentos oportunos essa inspiração de Deus, que os tornam responsáveis por obras belíssimas. 

Em comentário à questão 8 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec nos esclarece a respeito de Deus:

A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e fins determinados e, por isso mesmo, um poder inteligente.
— Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos.

O esforço do gênio e/ou do artista mistura uma atitude de amor com a possibilidade da imaginação humana. Deus, que é Amor permanente, oferece oportunidades ao homem de potencializar esse amor em beneficio próprio e em favor do crescimento de outras pessoas. Quando se transmite poesia, música ou outra arte numa vibração superior, neutraliza-se o campo das ações negativas. A atmosfera fica impregnada de fraternidade, respeito, benevolência e as pessoas se sentem niveladas por cima, em frequências espirituais.

Lei de Trabalho

Claro que essa ligação mente-humana com Mente-Divina é uma ligação de trabalho. Somente aqueles que estão se esforçando no processo criativo conseguem entrar na sintonia das inspirações. Os indolentes, os que não trabalham, os que não despertaram para o amor, não têm condições nem de compreender, nem de captar mensagens que flutuam no ar. 

É ilustrativa para este caso a passagem evangélica de Jesus, referida na parábola dos talentos: 

Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
— Mateus 25:29.

Muitos cientistas, poetas e músicos, sentados em suas mesas de trabalho ou caminhando nas ruas ou ainda observando pessoas, “escutam” as palavras, os sons, percebem a natureza de suas obras numa sutileza dificílima de ser descrita pela mente humana. Mas perfeitamente compreensível para eles que estão envolvidos naquele momento criativo, que os distinguem das outras pessoas justo pelos seus planos reencarnatórios de trazerem ideias renovadoras ou descobrirem os “inventos” que fazem a humanidade progredir.

Acreditar que apenas a parte mecânica de um cérebro é capaz de criar momentos de extrema beleza, é desmerecer a existência Daquele Ser Superior que nos outorgou a possibilidade de tantas existências de aperfeiçoamento. Quem cria em conjunto com o Plano Superior é o Espírito imortal que se eleva, justamente, nas asas da sabedoria e do amor.

Estados criadores

A Eternidade é uma realidade para nós. A ideia do nada, além desta vida, não encontra mais sentido no pensamento do homem que já está entrando em novos milênios nos quais vai descortinando novas realizações espirituais.

Somos essências criadoras captando energia, tanto no estado de vigília como nos momentos do sono. Quantas vezes sonhamos, captando a inspiração para a nossa música, nossa poesia, nossa pintura e tantas artes que embelezam nossa vida, além das ideias científicas. Os planos superiores são como depósitos para onde retornamos para buscar as ideias que deixamos armazenadas, enquanto lá estamos, como Espíritos desencarnados.

Que beleza esses estados criadores, que beleza a Magnitude de Deus, ao nos dar carta branca para usarmos nossa inteligência e transmitirmos aos irmãos da Terra os momentos de êxtase da alma!

Espíritos benfeitores encarregados desse processo de manutenção da condição moral/espiritual do homem e, como estão sempre presentes nas nossas vidas, não decidindo por nós, mas nos incentivando para bem usarmos o livre arbítrio. Eles estão sempre influenciando para as boas criações, aquelas incentivadoras do progresso da humanidade.

Todo esse painel é movido pelo combustível da imaginação e do amor. Como bem colocou Ivan Izquierdo, professor de Neuroquímica da UFRGS, em artigo para Folha de São Paulo em 14 de julho de 1996:

Tropeçamos com coisas que andam soltas ou Deus nos manda, e aí criamos. Quem não tem amor ou imaginação não tropeça com as coisas: pisa nelas. Bem-aventurados os humanos, aqueles que, entre nós, conseguem identificar aquilo com o que tropeçam. Coitados, mortos, perdidos, aqueles que não conseguem nem uma coisa nem outra.
— prof. Ivan Izquierdo, em artigo para a Folha de São Paulo, 14/07/1996.

Acompanhe também a palestra sobre o tema A Existência de Deus:

*Colaborou para esta publicação: Maria Thereza Carreço de Oliveira.
**Imagem em destaque via DALL.E do ChatGPT.

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