Auto Obsessão

Qualquer ideia fixa que seja sistemática e contínua pode se transformar em auto obsessão. É um tipo específico de transtorno espiritual que nós mesmos provocamos e que podemos evitar.

Em mensagem gravada para os canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade, a trabalhadora da casa Fabiana Fertig trouxe uma reflexão sobre auto obsessão. O tema está presente no livro Jesus no Teu Dia a Dia, do autor Agnaldo Paviani pelo Espírito José de Morais.

O autor nos traz a seguinte reflexão: as interferências de ordem espiritual, dos desencarnados sobre nós, encarnados, é fato?

Segundo os Espíritos, a obsessão atinge níveis de uma pandemia mundial. Mas também existe um outro tipo de obsessão tão grave e tão comum quanto, que muitos de nós desconhecemos ou não damos a devida atenção. Um prejuízo que nós mesmos os provocamos, chamada auto obsessão.

Reflexões sobre auto obsessão

O autor nos leva a fazer algumas reflexões:

1. Pensamento fixo em determinado assunto

Nem que seja um assunto aparentemente simples, uma dívida, alguém que falou alguma coisa que não gostamos, uma preocupação, um pensamento com o ser amado que morreu e você não disse o que deveria ter dito, não fez o que deveria ter ido feito. Qualquer ideia fixa de uma simples reforma, mas que seja muito sistemática, contínua, que nos faça ficar pensando naquilo o tempo todo, pode ser um indício, um princípio ou se transformar em uma auto obsessão.

2. Ciúme doentio pela pessoa amada

Ciúme não é amor, não é demonstração de afeto, é demonstração de posse, de insegurança e também é um pensamento doentio que nos leva a adoecer.

3. Desejo incontrolável do sexo irresponsável

A energia sexual que todos nós possuímos é patrimônio do Espírito, são energias sagradas, destinadas a atos propostos para todo ser humano aqui na terra. E quando utilizamos de forma incontrolável e irresponsável, frente a nós e ao nosso semelhante, é indício de auto obsessão.

4. Super proteção aos filhos

A super proteção ocorre quando julgamos que os filhos não podem caminhar com as próprias pernas.

O filho adulto que ainda está dentro de casa, que os pais querem determinar a profissão, com quem ou não devam sair, namorar, casar, controlam o tipo de alimentação, o tipo da vestimenta.

Temos que ter cuidado na diferença entre amor, super proteção e controle.

Essa ideia fixa que os pais têm sobre alguns filhos acaba muitas vezes por deixar o outro em detrimento. Importante ter cuidado, já que este pensamento também é um pensamento fixo e pode tornar-se uma auto obsessão.

5. Ociosidade sistemática que nos algema à inutilidade

Ociosidade é não fazer nada, é não ter um trabalho ativo. Mas lembrando que segundo os Espíritos, trabalho é toda a ocupação útil para si, para a sociedade, para aqueles que nos rodeiam, não é só o trabalho remunerado.

Muitos de nós estamos vivendo na ociosidade, se não material, talvez mental ou emocional, nos algemando, nos tornando pessoas inúteis, não sendo produtivas ao bem.

É fundamental produzirmos o bem em nossas vidas pois quando não o fazemos, adoecemos, transformamos nossa mente de forma negativa, pensamentos não produtivos, gerando assim auto obsessão.

Concluindo, é inegável que estas situações levem à obsessão intitulada auto obsessão, na qual nós somos obsessores de nós mesmos.

Nós mesmos estamos nos prejudicando, nos auto obsidiando, em todo pensamento fixo, negativo, não produtivo no bem, sobre nós, sobre alguma situação, sobre os familiares. Mesmo quando nós julgamos que é bom, temos que tomar cuidado.

Lembrando que a auto obsessão nos envolve em energias pesadas, negativas, adoecendo a mente, o corpo, a saúde familiar, o ambiente do trabalho, o ambiente da comunidade onde vivemos, pois além de provocarmos auto obsessão, podemos nos tornar obsessores daqueles que convivem conosco.

Auto avaliação

Como tem sido seu pensamento e comportamento nos últimos dias?

A auto obsessão muitas vezes vai culminar em um processo obsessivo dos desencarnados sobre nós, porque os obsessores não vêm a nós, somos nós que os chamamos.

Os pensamentos repetitivos, negativos, sistemáticos, atraem.

Nossa mente cria um campo mental ao redor de nós, um campo eletromagnético que se expande e atrai. Portanto, nós que convidamos, pois ecoam no espaço estes pensamentos destrutivos, repetitivos, de posse, de ciúme, sexo descontrolado, ociosidade, mentira, ódio, mágoa, rancor.

Nossos pensamentos ecoam no espaço que nos rodeia atraindo pensamentos semelhantes, ou espíritos que se utilizam destes pensamentos para causar mais sofrimento e perturbação, seja por interesse pessoal em relação ao indivíduo, ou para prejudicar toda a sociedade que nos rodeia.

O que plantais?

Reflita sobre seu dia de hoje:

  • Será que não estou me comportando e vivendo ou formando essa auto obsessão?
  • Será que não estou sendo obsessor daqueles que convivem comigo?

Compreenda que somos os responsáveis pela situação que nos encontramos. E se a situação não é agradável, temos que mudar rapidamente a maneira de sentir e de pensar.

A casa espírita tem os instrumentos de auxílio, mas não há milagre. A transformação, a cura, a mudança é individual e intransferível. A responsabilidade é nossa porque Deus nos dá a liberdade de escolha, mas o que colhemos são os frutos que temos plantado.

Podemos mudar a colheita a partir do dia de hoje. A espiritualidade é amiga e Jesus na sua bondade e misericórdia infinita, sempre está conosco.

Imperfeição e auto obsessão

A palavra chamada imperfeição, que nós alimentamos sistematicamente e que também é um processo de auto obsessão, propicia a interferência e a obsessão dos espíritos que nos assediam e que nos rodeiam.

É muito comum acharmos que não somos capazes, que somos imperfeitos, que nunca seremos igual a Jesus, que Chico Xavier e Madre Teresa estão muito acima de nós. Mas estamos tendendo à auto obsessão toda vez que alimentamos o sentimento de auto depreciação, esquecendo a nossa paternidade, a presença de Deus em nossas vidas, por desconhecer ou estar deixando de lembrar que nossa programação de vida foi previamente organizada por nós.

No capítulo 22 do livro Ideal Espírita, o Espírito Hilário Silva traz uma história intitulada “O Espantalho”. Nesta história, as comunidades de espíritos menos esclarecidos povoam as regiões de sofrimento e eles são organizados, possuem chefes, sub chefes, toda uma equipe, com o objetivo de causar a desordem, impedir o progresso da comunidade encarnada aqui na Terra.

Nessa história, um espírito que liderava um grupo de obsessores faz uma reunião porque tinham acabado de chegar da crosta da Terra e vão avaliar como tinha sido o processo obsessivo deles sobre os encarnados.

– Eu, – dizia um dos perseguidores, sarcásticos, – torturei a cabeça de fervoroso pregador de Kardec, impedindo-lhe o acesso à tribuna por mais de dois meses.
– Ótimo! – falou o chefe – entretanto, isso terá trazido muitos benfeitores ao socorro preciso.
– Eu – chacoteou um deles – consegui provocar a queda de uma criança anulando o concurso de operosa médium passista por duas semanas.
– Excelente! – concordou o diretor das sombras – mas não resolve porque muita gente do plano superior terá vindo…
Outros relacionaram atividades inferiores diversas sem que o mentor cruel demonstrasse encantamento maior. Um deles informou, porém:
– Eu encontrei um grupo de espíritas convictos e devotados, mas passei a freqüentar-lhes o pensamento, dizendo-lhes que eles eram imperfeitos, imperfeitos e imperfeitos, até que todos acreditaram não valer mesmo nada… Então ai todos cruzaram os braços e começaram a dormir em abatimento e desânimo.
O tenebroso dirigente deu enorme gargalhada e recomendou a turma sombria a levantar, com urgência, em cada sementeira do Espiritismo, o espantalho da imperfeição.
— Hilário Silva no livro Ideal Espírita, psicografia de Francisco Candido Xavier.

É isso que se chama o espantalho da imperfeição. Somos imperfeitos sim, mas não devemos nos julgar incapazes de sermos pessoas melhores.

Vigiar o pensamento

Devemos reconhecer nossas limitações, avaliar os nossos pensamentos imperfeitos, repetitivos e ir modificando paulatinamente, através do trabalho no bem, através do estudo, de obras boas, tudo que agregar a nós, ao nosso lado bom. E jamais esquecermos quem somos, filhos de Deus, herdeiros da eternidade, fadados à perfeição.

As dificuldades que cada um passa neste momento, entendamos como instrumento sagrado de amadurecimento, de fortalecimento interior.

O Espírito de Emmanuel nos fala que, o que seria da pedra se não permitisse que o instrumento do buril a modelasse? Ela jamais seria uma estátua. O que seria do barro se não deixasse o calor do fogo agir sobre ele? Jamais se transformaria em um vaso, que não só leva beleza, mas carrega água e alimento.

Temos que compreender que o toque do sofrimento, das traições, das desistência, dos nãos da vida são instrumentos para o nosso crescimento se nós soubermos vê-los por este lado, confiarmos no nosso potencial divino e confiarmos no amor imensurável do nosso Pai.

Vamos permanecer na vibração de paz, de entendimento, confiança e muita atenção aos pensamentos.

Quando vierem pensamentos negativos, vamos abrir o Evangelho, fazer uma leitura, orar aos Espíritos amigos que nos assistem, em especial o Espírito protetor, para que eles possam nos auxiliar, nos dar força e coragem.

Que a Paz de Jesus continue em nossos corações.

Acompanhe agora a íntegra da mensagem que inspirou esta publicação:

*Colaborou para essa publicação: Débora Hemkemeier.
**Imagem em destaque via pexels.com

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