Em palestra para a Associação Espírita Fé e Caridade, o expositor Rudnei Martins trouxe a temática da lei natural de Ação e Reação, inspirado também na obra “Ação e Reação”, psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito André Luiz.
A obra Ação e Reação narra em 20 capítulos a vida no mundo dos espíritos. A narrativa se passa no período de três anos em que o Espírito André Luiz permaneceu na Mansão Paz, instituição pertencente à colônia Nosso Lar para atender espíritos sofredores de regiões próximas à Terra. André Luiz conhece casos relacionados à lei de causa e efeito, que confirmam como a atual existência terrena do ser é vinculada à vida passada, assim como as ações do hoje condicionarão a realidade futura.
Nessa jornada nas zonas inferiores do plano espiritual, o autor espiritual nos apresenta a forma como se dá certos comportamentos na trajetória evolutiva, e suas consequências quando não baseados no bem. Certo que, tudo e todos estão sujeitos às leis de Deus. Uma dessas leis naturais é a lei de Ação e Reação.
Lei de Ação e Reação e Lei de Causa e Efeito
Referimo-nos à terceira Lei de Newton, identificada por Sir Isaac Newton PRS, um matemático, físico, astrônomo, teólogo e autor inglês que viveu entre o final do século 17 e início do século 18. Segundo essa lei:
A toda ação corresponde uma reação, de igual intensidade e de sentido contrário.
— Lei de Ação e Reação.
É oportuno ressaltar que a Lei de Newton é aplicada para os movimentos nos quais a velocidade do objeto/corpo em deslocamento são bem menores do que a velocidade da luz.
Ao falarmos dessa Lei, outra lei natural nos cabe decifrar: a lei da causa e efeito, que nos foi revelada através da doutrina espírita no século 19.
A lei de Causa e Efeito é bastante importante para compreendermos o Amor de Deus. Ela se torna o exemplo prático da lei de Ação e Reação.
Essas leis são parecidas, mas processam-se de formas diferentes.
Para melhor entendimento, vejamos as principais diferenças entre essas duas leis, a partir de um artigo de Juliana Carvalho, publicado na Revista Internacional de Espiritismo em janeiro de 2011:
Lei de Ação e Reação
- Natureza: Binária
- Característica: Lei física
- Processo: Não-complexo
- Predictabilidade: Determinado
- Aplicabilidade: Corpos/objetos dentro de certas condições, no mundo material, no planeta Terra.
- Dependência do Tempo: Imediata
- Fatores de dependência: Limitada
Lei de Causa e Efeito
- Natureza: Não-binária
- Característica: Lei moral (lei não-física)
- Processo: Complexo
- Predictabilidade: Variável
- Aplicabilidade: Relações intrapessoais e interpessoais, em ambos os mundos, material e espiritual, não só na Terra, como possivelmente no Universo como um todo.
- Dependência do Tempo: Variável
- Fatores de dependência: Muitos
Diante da lei natural de Ação e Reação podemos concluir que tudo no Universo está intimamente integrado e equilibrado e que quando agimos de forma contrária à lei divina, sofremos a consequência desta ação, de forma que o equilíbrio se restabeleça.
Assim, as dívidas no pretérito são oriundas do comprometimento com vícios terrenos, ambição, o desatino, a maldade. Orai e vigiai é parte principal dessa engrenagem chamada vida aqui na terra, pois nessa prática estamos atentos aos nossos comportamentos em nossa caminhada, aqueles que fogem ao amor.
Lei de Amor
Por isso é de máxima importância conhecer esta lei de amor e justiça divina, que nos rege rumo à evolução moral do ser. É certo que se evitarmos consequências mais nefastas devido à invigilância no nosso caminho, passaremos para um futuro de menos sofrimento.
Deus jamais nos deixa entregues à própria sorte. Ainda que aqui na Terra alguém possa se sentir solitário e desamparado, sempre existirá ao seu lado benfeitores espirituais, prontos a enviar recursos de Socorro em seu benefício.
Sabendo que nunca é tarde para a prática do bem, que Deus está sempre junto a nós e, considerando alguns princípios básicos: a Terra é um mundo de provas e expiações e nossas imperfeições podem ser trabalhadas com auxílio da Doutrina Espírita.
A Lei de Ação e Reação nos traz, portanto, que agindo no Bem teremos o mérito do Bem. Agindo mal teremos as consequências em nossas reencarnações, de acordo com o planejamento de cada um.
Entende-se que, partindo desse princípio, a prática do mal a quem quer que seja nunca será compensador, pois sempre responderemos pelo mal causado.
Devemos nos atentar para que somos consequência de nosso passado, se estamos bem é porque fizemos o bem, se estamos mal é porque em algum momento fizemos mal.
Sigamos fortes e confiantes, trabalhando o amor, perdão e a caridade. A afirmação de Joanna de Ângelis, no livro Lampadário Espírita, na psicografia de Divaldo Pereira Franco, expressa uma lição que devemos ter conosco:
No lugar em que te encontras, sempre poderás semear a luz da esperança e do amor.
— Joanna de Angelis, no livro Lampadário Espírita (capítulo 38).
E ainda, lembrando sempre:
O amor é a força que transforma o destino.
— André Luiz.
Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:
*Colaborou para esta publicação: Magda do Carmo Gonçalves.
** Imagem em destaque: samer daboul via Pexels.