Nós vivemos em relacionamento, criamos laços no decorrer de nossas existências. A vida é se relacionar com as pessoas, a vida é o que acontece na relação com o próximo.
Se é através do relacionamento que evoluímos, relacionar-se então é uma necessidade, é o sentido da existência.
Alan Kardec questiona a espiritualidade em O Livro dos Espíritos sobre a necessidade da vida social:
766. A vida social está na natureza?
“Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.”
Qualidade do diálogo
Um diálogo de qualidade é saudável e útil. Não significa que necessariamente só podemos falar de assuntos sérios. É apropriado ter conversas agradáveis, engraçadas ou interessantes.
Isto não vai de encontro às três peneiras de Sócrates: verdade, bondade e utilidade? Se considerarmos que ter uma conversa agradável e relações boas é útil, então não há problema.
Devemos sempre que possível nos nossos diálogos falar de algo que não gere intolerância e impaciência. Estabelecer relações sadias ao conversar, afinal existem diversidades de pensamento. A beleza da vida está nessas diferenças, pois a diferença nos enriquece, nos faz perceber que cada um é distinto. E é desafiador conviver com a diferença. Isto exige sabedoria para ouvir e falar.
Uma boa conversa pode ter diversos objetivos:
- Conhecer coisas diferentes
- Se divertir
- Expressar as ideias com clareza
- Convencer alguém
- Conquistar simpatizantes
- Educar
- Elogiar
Às vezes uma boa conversa pode consistir em apenas ouvir.
Estou sabendo conversar?
Seguem algumas provocações para podermos melhorar nossa atitude nas conversas:
- Estou ouvindo as pessoas de casa, os colegas e amigos?
- Estou tentando impor minhas ideias sem ouvir o outro?
- O que estou postando nas redes sociais?
- Meus relacionamentos estão me fazendo bem?
- O que posso fazer pra melhorar?
- Minhas conversas são construtivas? Sejamos os que constroem, dialogadores da paz e não disseminadores do mal.
- Estou falando mal de alguém? E de mim? Vamos tentar elevar, e não rebaixar. Não somente os outros mas a nós mesmos também.
Jesus e o diálogo
Jesus, que sabe mais que tudo, mesmo assim ouvia. Ele sabia que a experiência pessoal de alguém poderia servir de ensinamento para ele mesmo e às pessoas ao redor.
Jesus, ao ser provocado, respondia de forma útil, com um propósito maior. Ele dialogava. não humilhava o povo. Ele ensinava de forma simples. Entre os amigos, ouvia de forma bondosa e só falava depois de ouvir e refletir, provocando sempre algo bom.
E quando estava diante da dor do outro, nem falava, dialogava sem palavras, apenas com gestos de amor.
O Espiritismo e o diálogo
O Espiritismo nasceu do diálogo: para realizar a obra da codificação espírita, Alan Kardec precisou dialogar com sabedoria. Ao longo de O Livro dos Espíritos e demais obras básicas, Kardec demonsta o cuidado que tinha ao fazer as perguntas à espiritualidade, sempre refletindo e estudando antes de perguntar.
O bom diálogo
Nós precisamos de todas as pessoas ao nosso redor, até daquelas que a gente não gosta, visto que é através dos relacionamentos que evoluímos. Ninguém cresce sozinho.
Não precisamos falar sempre de coisas sérias. Se divertir também é uma boa conversa.
Uma boa conversa não precisa necessariamente envolver palavras, às vezes gestos bastam. É fundamental saber ouvir.
Saibamos que o bom diálogo gera respeito, tolerância, empatia, compreensão, relações duradouras, relacionamenos saudáveis.
Para saber mais sobre a importância do diálogo e suas características, assista a integra da palestra que inspirou esta publicação:
*Colaborou para esta publicação: Diego Tondo Souza.
**Imagem em destaque: Mary Taylor via Pexels.