A morte na família

A Doutrina Espírita vem nos consolar e elucidar sobre a imortalidade da alma. Morre o corpo, sobrevive o espírito. Um dia todos nos encontraremos.

A morte sempre fez parte da vida do homem na Terra, e a palavra morte denota um tom lúgubre, sombrio para a humanidade, quando olhado apenas sob o prisma terreno. 

Ricardo Vieira, trabalhador do Centro Espírita Amor e Humildade do Apóstolo, trouxe aos canais digitais da Associação Espírita Fé e Caridade suas reflexões sobre este tema tão presente no mundo atual, com os desencarnes em massa pelo COVID-19. O palestrante nos esclarece que a doutrina espírita vem nos consolar e elucidar sobre a imortalidade da alma. 

Morre o corpo, sobrevive o espírito

Na obra Desafios da Educação, psicografada por Raul Teixeira, o autor espiritual Camilo nos diz que a vida pode ser comparada a um curso em uma escola sublime, em que alguns espíritos que estão na Terra precisam somente do tempo do berço, outros vão até a infância, outros até a adolescência, idade adulta, senectude, de acordo com a necessidade evolutiva de cada um.

Dependendo do entendimento que temos a respeito da morte, muitas pessoas reagem com revolta perante a partida de entes queridos, até mesmo pensam em desistir da própria vida a fim de se encontrar com aquele que partiu. Grave engano.

A doutrina espírita afasta totalmente essas ideias e esclarece que ninguém encontra ninguém no mundo espiritual desertando da vida, fugindo dos compromissos aqui na Terra. 

Desencarne de jovens e crianças

Allan Kardec aborda em O Evangelho Segundo Espiritismo, capítulo V, a questão da morte de pessoas jovens na família. São espíritos que já cumpriram seu tempo de permanência na Terra enquanto que os outros que aqui continuam têm ainda que cumprir a parte que lhes cabe.

Kardec analisa o desencarne de crianças como sendo reencarnações complementares de encarnações anteriores.

Aborda ainda os abortos espontâneos, fetos que morrem no ventre materno ou horas após o parto, que em alguns casos, eram espíritos que precisavam apenas desse curto período reencarnatório na Terra enquanto servem como prova de fé, resignação e confiança em Deus para os pais.

Revolta ou Resignação

Quando enfrentamos uma situação de morte em família, é importante que busquemos o entendimento deste fato.

A doutrina espírita nos traz todo o conhecimento necessário para nos ajudar a enfrentar este momento, através do entendimento sobre a imortalidade da alma, nos auxiliando a agirmos com resignação, compreendendo que não podemos mudar aquele fato, mas que devemos continuar naturalmente a nossa vida, pois a separação é apenas física.

Por outro lado, quando agimos com revolta, desespero, nos isolando das outras pessoas, construimos um ambiente de sombras, de sofrimento a ponto de prejudicar a nós mesmos e também àquele ente querido que partiu para o mundo espiritual. O parente que desencarna percebe nossos pensamentos e sentimentos e sente-se sobrecarregado com nossas vibrações infelizes.

Nestes casos é fundamental procurar auxílio, conversar com outras pessoas, procurar o atendimento fraterno da casa espírita, para receber, aos poucos, o remédio para nossas dores através da compreensão de que aquele ente querido está vivo e precisa da nossa ajuda, para que siga sua caminhada, agora no plano espiritual. 

Comprovação da imortalidade da alma

As obras básicas da codificação da doutrina espírita, de autoria de Allan Kardec, nos trazem este embasamento lógico sobre a imortalidade da alma.

  1. O Livro dos Espíritos
  2. O Livro dos Médiuns
  3. O Evangelho Segundo o Espiritismo
  4. O Céu e o Inferno
  5. A Gênese

Há inúmeros livros na literatura espírita que subsidiam a obra de Kardec e Ricardo Vieira destaca duas: Jovens no Além e Lealdade, ambas psicografadas por Chico Xavier, que trazem relatos de jovens desencarnados aos pais, aos familiares, comprovando a imortalidade, a continuidade da vida no plano espiritual. 

Educação espiritual

O espírito Joanna de Ângelis nos diz que as famílias normalmente não conversam sobre a morte, como se evitando o assunto pudessem afastar a ocorrência. 

Joanna orienta que as famílias conversem com as crianças de uma forma adequada a respeito deste assunto, para que elas passem a assimilar e a tratar do tema como algo natural da existência humana, dando-lhes condicões de enfrentar esta situação com equilíbrio e harmonia no futuro.

Transformando saudade em preces

A orientação de Chico Xavier a uma senhora que o procurou em desespero, pelo desencarne de sua filha, genro e cinco netos foi para que ela transformasse a saudade em preces.

A doutrina espírita nos recomenda a prece como forma de nos ligarmos à divindade, nos aproximarmos de Deus e conversar com Ele. Envolvamos nossos entes queridos em luz e muita paz para que possam ser amparados pelos benfeitores espirituais e possam sentir nossas vibrações de amor.

Em sua mensagem final, Ricardo Vieira endereça algumas palavras a todos que estão passando por uma situação de morte em família: “para que mantenham a fé, confiem em Jesus, busquem o evangelho de Jesus, o apoio da prece, o auxilio da doutrina espírita, que lembremos de nossos entes queridos em momentos felizes e oremos por eles,” recomenda o palestrante.

Um dia todos nos encontraremos.

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Acompanhe a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Sandra Lemos.
** Imagem em destaque via Pexels.com

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