Parábola da Rede

A confortadora parábola da rede enunciada por Jesus demonstra inequivocamente o caráter amoroso e paternal de Deus e dá eloquente demonstração da Justiça Divina.

No dia 10 de junho de 2021, através de seus canais digitais, a Associação Espírita Fé e Caridade apresentou a palestra da expositora Patrícia Pereira Mendes a respeito da Parábola da Rede (Mt 13:47-50). De forma muito clara, simples e amorosa, apoiada em seu grande conhecimento da Doutrina Espírita, Patrícia nos faz refletir profundamente sobre os ensinamentos de Jesus.

O nosso comentário aqui no Blog da AEFC representa apenas algumas ideias que correspondem à palestra cujo link encontra-se ao final deste artigo. Refletiremos a seguir sobre algumas questões também apresentadas pela palestrante com o objetivo de contribuirmos com suas ideias. Portanto, a visualização da palestra faz-se obrigatória, a fim de proporcionar aos irmãos uma visão bastante clara sobre o tema apresentado à luz da Doutrina Espírita. É oportuno ainda lembrar que não apresentamos um resumo da palestra, apenas alguns apontamentos sobre o mesmo tema.

As parábolas de Jesus

Jesus usou de forma magistral e didática as parábolas, repletas de ensinamentos, pequenas histórias que serviam para tornar mais acessíveis ao povo e permanente em sua memória os ensinamentos doutrinários por ele trazidos. Portanto, foi assim que os discípulos de Jesus puderam contar mais tarde, de memória, os ensinamentos de Mestre ao povo ignorante, a fim de facilitar a compreensão das coisas espirituais.

Jesus utilizava em suas histórias comparações e situações que ocorriam na vida comum e nos interesses rotineiros dos homens. Por isso usava motivos naturais da vida comum, como a pesca, a colheita, a semeadura, as festas de casamento, o uso das moedas, etc.

O Mestre Jesus em sua sabedoria infinita transmitia seus ensinamentos ao povo através de parábolas, em uma linguagem muitas vezes velada, para que elas pudessem através dos séculos escaparem das deturpações e, assim, chegarem até o presente. Já esclarecidas pelo Espírito da Verdade, o Consolador Prometido, as parábolas podem ser interpretadas em Espírito e Verdade, dentro do verdadeiro sentido que Jesus as criou.

Jesus criou segundo nos contam os quatro evangelhos 40 (quarenta) parábolas, sendo que muitas aparecem de forma simultânea nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Sendo:

  • Mateus: 20 parábolas;
  • Marcos: 6 parábolas;
  • Lucas: 25 parábolas;
  • João: 3 parábolas.

Como deve ser comparado o Reino dos Céus

A Parábola de Jesus aqui apresentada pela palestrante é incluída segundo a classificação da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP) entre as chamadas Parábolas Sobre Como Deve ser Comparado o Reino dos Céus. Ainda que ela apareça em apenas um dos Evangelhos Canônicos do Novo Testamento, é bastante conhecida de todos. Outros estudiosos a classificam como uma das parábolas referentes a assuntos Escatológicos (referente ao fim dos tempos).

Muitas das parábolas desenvolvidas por Jesus giram em torno da ideia do “Reino de Deus” ou “Reino dos Céus”. Segundo o Mestre Jesus, o Reino de Deus está dentro do homem, isto é, existe em todos nós. Porém, na maior parte, existe em ESTADO LATENTE, EMBRIONÁRIO. Deste modo, compete ao homem despertar, desenvolver esse reino dentro de si e pô-lo a serviço da vida própria e alheia. Estamos falando daquilo que o Mestre chama a “LUZ SOB O ALQUEIRE”, o “TESOURO OCULTO”, a “PÉROLA PRECIOSA”.

Aquele que contava as histórias já havia realizado plenamente o Reino de Deus em Si mesmo. Porém, os Seus ouvintes, como sabemos, eram inexperientes. Portanto, ELE não poderia dizer o que na realidade era esse Reino, se não através de comparações e analogias que aqueles seriam capazes de entender. O Reino de Deus, portanto, seria semelhante a um tesouro escondido num campo… um fermento… uma festa de núpcias… um comerciante à procura de formosas pérolas… um grão de mostarda… dez virgens… uma rede de pesca… e assim por diante.

Parábola da Rede

O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes.
— Mateus 13:47-50.

Apenas o Evangelho de Mateus (13: 47–50) registra a Parábola da Rede. Ela encontra-se claramente associada à Parábola do Trigo e do joio (Mateus 13: 24–30). Ambas interpretam o DIA DO JUÍZO FINAL.

Grande parte dos discípulos de Jesus era composta por pescadores. Tinham deixado suas redes e seus barcos para seguir o Mestre e se tornarem pescadores de homens. Quando Jesus lhes contou a parábola da rede, compreenderam de forma tranquila a história, pois Jesus se referiu exatamente ao modo de vida que levavam antes.

O objetivo dessa parábola é ensinar que os Espíritos, criados por Deus simples e ignorantes, tomaram cada qual o seu caminho, em virtude do livre-arbítrio de que cada um é dotado. Além de corroborar a eficácia da Lei de Causa e Efeito atrelada de forma inexorável ao princípio do livre-arbítrio.

A Parábola da Rede é a última da série das sete parábolas que o Mestre Jesus propôs a seus discípulos sobre o Reino de Deus, todas no capítulo 13 de Mateus. Por isso, o evangelista ao publicá-la conservou a expressão que o Cristo lhe deu ao propô-la. Ela é a chave com que Jesus quis fechar naqueles corações o ensino alegórico que lhes havia transmitido, ensino bastante explicativo do Reino de Deus com todas as suas prerrogativas.

A confortadora parábola da rede enunciada por Jesus, na qual ELE demonstra inequivocamente o caráter amoroso e paternal de Deus, também dá eloquente demonstração da JUSTIÇA DIVINA, através da REENCARNAÇÃO. Assim, encontramos aqui evidenciados os cinco pilares do Espiritismo trazidos pelos espíritos superiores:

  • A EXISTÊNCIA DE DEUS
  • A EXISTÊNCIA DOS ESPÍRITOS
  • A COMUNICAÇÃO ENTRE OS ESPÍRITOS E OS ENCARNADOS
  • A REENCARNAÇÃO e
  • A PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS.

Acompanhe agora a íntegra da palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Pedro Paulo Amorim.
** Imagem em destaque:
Harrison Haines via Pexels.

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