A Aflição do apóstolo Pedro

Nós, cristãos, ainda cheios de dúvidas, cometendo tantos equívocos, somos tão humanos quanto o apóstolo Pedro.

Carregado de medos e aflições, o apóstolo Pedro necessitou ser lembrado várias vezes, por Jesus, de sua missão para que um dia chegasse à condição de exemplo de transformação moral.

Por que Pedro?

A escolha de Pedro, para o tema abordado na palestra que inspirou esta publicação, foi fundamentada na convivência que o apóstolo teve com Jesus. Mais do que qualquer outro discípulo, Pedro teve a oportunidade de aprender e vivenciar com o Mestre como colocar em prática a Lei de Amor.

Pedro era um pescador simples de Cafarnaum, sem sutilezas de comportamento e conhecido por agir por impulsos. Deixava-se dominar pelas emoções ao invés de empregar a razão antes de qualquer atitude. Não obstante, foi o personagem da Boa Nova mais ativo do apostolado de Jesus.

Antes do sofrimento do Mestre no sacrifício do Gólgota, Pedro O acompanhou por três anos e teve a oportunidade de testemunhar a cura de cegos, paralíticos, leprosos e obsidiados.

Mesmo assim, Pedro mostrou-se vacilante em várias oportunidades e questionou o Cristo, mesmo tendo sido testemunha ocular dos exemplos de amor divino do Mestre.

Aflições do apóstolo Pedro

Na obra “Quando Voltar a Primavera” de autoria espiritual de Amélia Rodrigues, psicografada por Divaldo Pereira Franco, a autora nos brinda com várias passagens da vida de Jesus e na mensagem “Brandos e Pacíficos” encontramos o seguinte diálogo entre o Mestre e Simão Pedro:

– Que aflição tisna a serenidade da tua face, Simão, encobrindo-a com o véu de singular tristeza?

– Cansaço, Senhor. Sinto-me muitas vezes descoroçoado, no ministério abraçado… Não fosse por Ti…

Simão Pedro, declara-se cansado da agressividade, hipocrisia e suspeitas infundadas por parte daqueles que se dizem seus companheiros. Extraímos algumas das orientações de Jesus, observadas ao longo desta mesma obra, como segue:

Guardando a paz no coração.

Mantendo a brandura no julgamento.

Antes de esperarmos atitudes salutares do próximo, cabe-nos o dever de oferecê-las.

Amar os bons é dever de retribuição, mas servir e amar os que nos menosprezam e de nós duvidam é caridade para eles e felicidade para nós próprios” — Quando Voltar a Primavera,  item 3. Brandos e Pacíficos.

Ainda aprendendo a lição

Na obra “Há Flores no Caminho” também do espírito Amélia Rodrigues por Divaldo Pereira Franco, após a crucificação de Jesus, encontramos o apóstolo Pedro, totalmente comprometido com o trabalho de acolhimento na “Casa do Caminho”, por ele fundada, para servir e amar todo tipo de alma em sofrimento.

Porém, os poucos colaboradores da “Igreja de Jerusalém”, como também era conhecida esta casa, seguiam derramando queixas e acusações injustificadas sobre o apóstolo, e, sem que percebesse, Simão Pedro passou a acolher o desânimo em seu coração.

Jesus vem ao auxílio de Pedro e entendendo a angústia de seu discípulo tão querido, mais uma vez o orienta:

Os homens, à semelhança da argila sem forma ou pedra grosseira, aguardam que os cultores dos nobres ideais lhes plasmem beleza e forma, delicadeza e utilidade, vencendo as suas resistências a golpes de paciência, perseverança e fé até que colimem os objetivos para os quais foram criados pelo Pai. — Há Flores no Caminho.

O divino Mestre, ao mesmo tempo em que conforta o coração de Pedro, escreve nas páginas da eternidade, um grande ensinamento que os filhos de Deus, até os dias atuais, têm dificuldade em compreender:

Além disso, convém considerar que eles são hoje, o que já foste ontem, O tempo e o amor divino cuidaram de ti, através de outros que te alcançaram, cabendo-te, agora, a tarefa de cuidar deles, a fim de que cheguem até onde te encontras…

Auxiliemos, desse modo, aos ingratos ao nosso lado e aos difíceis para conosco, e treinar-nos-emos para os cometimentos mais graves, que nos aguardam no futuro, precedendo à nossa libertação gloriosa.

Com muita paciência, ao retomar as lições outrora ensinadas, Jesus sabia que seu discípulo ainda não as havia interiorizado, e que um dia compreenderia sua importante missão de implantação do Cristianismo na Terra.

Pedro e Nós

Nós, em nossa infância espiritual, não somos diferentes de Pedro e ele, tão humano como nós, transformou-se na pedra fundamental do Evangelho na Terra.

Não deixemos nos abater por nossas imperfeições, mas ao contrário, aperfeiçoemo-nos, a partir delas.

Jesus conta conosco para espalharmos a Boa Nova, através do roteiro de ações e atitudes por Ele deixadas.

Jesus espera pacientemente por nós.

Acompanhe na íntegra a palestra que inspirou esta publicação:

*Colaborou para esta publicação: Sandra Lemos.

**Na imagem, a obra “São Pedro Penitente”, de Gerrit van Honthorst. Fonte.

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