O que fazer para ganhar (alcançar) a vida eterna?

Este título nos provoca com as expressões ganhar e alcançar a vida eterna. O último verbo nos lembrando que esta graça ou ganho obedecem ao critério do nosso esforço. O Pai aguarda que façamos movimentos que nos habilitem a alcançar esta vida. Este alcance está sob nossa responsabilidade.

Mas o que é a vida eterna?

A vida eterna pode ser entendida, segundo O Livro dos Espíritos, questão 253, como a vida do Espírito, que é eterna. A do corpo físico é transitória, passageira. A alma retorna à vida eterna após a morte desse corpo.

Também no capítulo XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo (passagem de Mateus, 19:16-24), apresenta-se à Jesus um jovem perguntando que obras deve fazer para alcançar a vida eterna. Jesus responde que ele cumpra os mandamentos. O moço admite que já os cumpre, o que faltaria ainda?

Jesus sugere desapego da materialidade e o interesse pelo acúmulo dos tesouros nos céu.

Talvez Jesus quisesse justamente clarear etapas do desenvolvimento emocional e moral, que apontam, com o rompimento dos envoltórios grosseiros, o desvelar dos tesouros espirituais.

Convites de Deus

Deus nos faculta riqueza, proporciona recursos, estimula o trabalho, motiva o homem à renovação, estimula para a identificação social e a contribuição.

Não há condenação de se possuir os bens amoedados. São necessários.

Há chamados para se possuir também outros preciosos bens, que são permanentes. Através da inteligência, da saúde, das aptidões gerais o Espírito é convidado a fazer aplicação dos preciosos bens, com sabedoria.

Valores que jamais se perdem, conquistas da razão e da emoção que não se transferem de mão, não perdem a atualidade, constituindo fonte incessante de enriquecimento interior.
— Joanna de Angelis, Jesus e o Evangelho, capítulo 22 (Vida Eterna).

Esta compreensão nos faz verificar a Vida Eterna como a verdadeira do Espírito, na qual nos inserimos com o Senhor na Sua Obra.

Esforço e entendimento

Queremos ganhar e alcançar a vida eterna? Então:

Acendamos a luz na sombra, ofereçamos o bem ao mal, a fim de convertermos a animalidade primitiva em humanidade real. Esforcemo-nos por desenvolver os menores princípios de elevação.
— Emmanuel, Reformador 1953, Setembro – pg 208.

Jesus clareou para todos os tempos o sentido de “não poder servir simultaneamente a Deus e a Mamon”.

O Primeiro como o Grande Acolhedor para a eternidade da vida e o segundo como um dos caminhos que trafegamos para nossos transitórios aprendizados, que forjam nossas índoles, mas que não são recursos eternos.

Não vos conformeis com este mundo mas transformai-o pela renovação do vosso entendimento.
— Paulo, Rom: 12-2.

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*Colaborou para esta publicação: Maria Thereza Carreço de Oliveira.
**Imagem em destaque: via Pexels.